sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Bruxa e o Gato

"Ai, Johnny, você é muito desbocado! Por que não escreve algo mais romântico?" -  elas dizem...
Pois então, tá aí, pras menininhas românticas...



Esta não é a história de uma bruxa, no sentido literal da palavra. Ela é apenas Morgana, uma jovem que adotara tal pseudônimo por causa da paixão pelos livros Brumas de Avalon.
É bem verdade que Morgana tem algumas premonições estranhas, às vezes. Ela enxerga a aura das pessoas, sabe se elas são boas ou más já no primeiro contato, tem uma sensibilidade muito grande ao que se refere às energias e domina a técnica de projeção astral, aquela em que a consciência se desprende do corpo físico durante o sono e desbrava um universo livre de medos e limites.
Foi numa dessas viagens fora do corpo, que Morgana conheceu o corpo astral de Erick, um homem muito atraente, com olhos castanhos penetrantes e um conhecimento admirável sobre tudo o que Morgana gostava.
Todas as noites, eles se encontravam no jardim dos sonhos e tinham longas conversas. Com tanta coisa em comum, não tardou para que se apaixonassem.
Impossibilitados de se tocarem naquele campo espiritual, Morgana sugeriu que Erick fosse até ela no plano físico. Ele sorriu por um momento, e depois se lamentou, entristecido, pois tal encontro não poderia ocorrer da forma como ele gostaria.
Morgana imaginara milhões de coisas, mas não perguntara nada. Talvez ele morasse muito longe, ou já fosse comprometido, o fato é que ela percebeu seu sofrimento, fosse por qual motivo fosse.
Tudo o que tinham, noite após noite, eram as conversas e a troca de olhares apaixonados e cheios de desejo.
– Eu não aguento mais – Erick falou –, irei até você amanhã.
Morgana abriu um sorriso iluminado. Não via a hora de jogar-se naqueles braços e perder-se nos beijos de Erick.
Mas no dia seguinte, ele não apareceu. Ela mal podia esperar anoitecer para encontrá-lo mais uma vez, no cosmos, já que era a única forma de vê-lo e de falar com ele.
Já ia se recolher para dormir quando ouviu um miado do lado de fora e olhou pela janela em busca do gatinho perdido na noite. Antes que o localizasse, o gato branco de olhos castanhos penetrantes postou-se à sua frente e então Morgana soube, ao acariciá-lo, que a alma que habitava ali era a alma do seu amado.
Abraçou-o forte, em prantos, e não conseguiu dormir. Erick a olhava profundamente, também não conseguiria fazer a viagem astral naquela noite.
Eles continuaram a se encontrar nas noites seguintes como o casal apaixonado; impossibilitados de concretizar o seu amor. Erick passava os seus dias enroscado nos carinhos de Morgana e ela chorava e chorava.
Certo dia, Erick não retornara do mundo dos sonhos em sua forma felina. Em vez disso, Morgana viu entrar pela porta de seu quarto, o homem a quem amava.
Ele a fitou com os castanhos ardentes, arrebentando a alma dela com o olhar.
– Mas... Como?
– Eu abri mão das seis vidas que me restavam por este momento – ele falou.
Os olhos dela marejaram. Ele a abraçou tremendo, sentindo-a tremer também em seus braços. Era tão intenso, tão profundo... Um beijo ardente adornou o momento e depois eles foram para a cama, trocando carícias e olhares extremamente abrasadores.
Erick beijava o pescoço de Morgana, mordia suas orelhas enquanto ela afagava-lhe os cabelos e gemia, confessando, em sussurros, o quanto o queria.
Bem lentamente, eles se livraram das roupas e Erick passeou com a língua pelos seios dela, mordiscando-os devagar, descendo a seguir ao encontro de seu sexo quente e molhado.
Morgana ficou ensandecida, gemia de tesão, apertava a cabeça dele entre as coxas, mas ela não queria gozar assim tão rápido, então, puxou-o pelos ombros, o fazendo subir e encontrar novamente a boca na sua, com o gosto do seu prazer.
Depois de mais alguns beijos quentes, Erick estava prestes a penetrá-la, quando fora impelido. Agora Morgana estava por cima e ia cobrindo-o de beijos até presenteá-lo com a boca sedenta... A cabeça balançava em movimentos ritmados naquela “dureza” deliciosa.
Mais beijos e momentos selvagens e carinhosos preencheram a manhã, até adormecerem.
Morgana acordou com o gato Erick a fitá-la. Sabia que só poderia vê-lo, como homem, naquele mundo de sonhos, mas ter a sua companhia, conversar com ele e saber que ele abrira mão de algo tão importante para estar com ela, uma única vez, a fazia feliz.


Um comentário:

  1. É Johnny, quem diria? Que coisa mais... FOFA!
    Nada como um pouco de romantismo pra esse lugar.

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